Com 12,3% dos domicílios em áreas de alto risco de deslizamentos e 130 crimes ambientais nos últimos anos, Petrópolis enfrenta uma crise climática de urgência. Em um cenário onde as favelas e periferias são as mais vulneráveis, o Instituto Todos Juntos Ninguém Sozinho (TJNS), através do projeto TJNS nos Territórios, está levando o debate sobre racismo ambiental diretamente para as comunidades, transformando informação em poder político. A missão é clara: dar ferramentas para que os moradores possam se defender e criar as próprias soluções.

Liderado por sua fundadora e diretora, Pamela Mércia, o projeto mobilizou uma equipe de 17 pessoas para realizar ciclos de aulas em cinco territórios periféricos da cidade: Quilombo da Tapera, Caxambú, Vila Rica, Posse e Neylor. A iniciativa nasce da necessidade de descentralizar um conhecimento que, muitas vezes, não chega a quem mais precisa.

A educação que o TJNS promove não é um fim em si mesma, mas um meio para a ação política. O projeto capacita moradores para que eles possam, juntos, construir reflexões e propostas para promover mudanças em sua cidade. A meta final é ambiciosa e transformadora: ao final dos ciclos de formação, os participantes serão preparados para criar um Projeto de Lei (PL) da Política Municipal de Enfrentamento ao Racismo Ambiental.

A iniciativa é um dos destaques do Edital Agenda Rio 2030 do Fundo Casa Fluminense, que apoia projetos que lutam por justiça climática na Região Metropolitana. O TJNS nos Territórios demonstra que o debate sobre a crise climática precisa sair dos centros de poder e chegar às bases, empoderando as comunidades mais afetadas para que se tornem as verdadeiras autoras de um futuro mais justo e seguro.