Da Caatinga para o futuro: as agroflorestas e suas soluções

No coração do Semiárido piauiense, encontramos o único bioma 100% brasileiro: a Caatinga. Embora, muito ameaçada pelo desmatamento e mudanças climáticas, vemos brotar uma alternativa para um futuro mais sustentável: o fortalecimento da agricultura familiar.
A Associação dos/as Produtores/as Agroecológicos/as do Semiárido Piauiense (APASPI), é uma iniciativa que vem semeando soluções através da agroecologia regenerativa, expandindo as áreas de conservação e fortalecendo o desenvolvimento de mulheres e jovens do território através de diversos projetos.
Um desses projetos é a “Caatinga Agroecológica", que visa promover uma economia regenerativa de base agroecológica e familiar com práticas de conservação da Caatinga. São realizadas formações, oficinas e rodas de conversas protagonizadas por mulheres e jovens, que desenvolvem novos sistemas de informação, estimulam o plantio consorciado e estratégias de produção sustentável, além de fundos rotativos solidários para implementação de áreas de agroflorestas e recaatingamento.

“As formações promovem conscientização para os agricultores para que eles possam ter uma boa relação com a terra e o meio ambiente, sendo de grande importância para que eles estejam preparados para enfrentar os desafios das mudanças climáticas”, explica Valquíria, sócio fundadora da APASPI.
Aqui, agricultores rurais assumem papéis centrais: monitorando das agroflorestas, organizando os dados do sistema participativo de garantia e impulsionando a comercialização orgânica. E tudo isso tem um impacto concreto: mais biodiversidade nos territórios, mais alimentos saudáveis nas mesas, mais autonomia nas mãos de quem planta e colhe, mais gente envolvida e engajada em transformar o lugar onde vive.
São trabalhos como esse que não só preservam, mas também fortalecem a Caatinga. É aprender fazendo que construímos soluções como essa. O projeto fortaleceu a presença de mulheres nos espaços de decisão, construiu redes com novas instituições, expandiu mercados, e, acima de tudo, despertou nas comunidades um sentimento profundo de pertencimento e possibilidade.
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