Aldeia Rio Bonito: saberes Guarani e energia solar para a soberania e o clima

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No Sertão do Itamambuca, em Ubatuba, a Aldeia Rio Bonito é o lar de indígenas Guarani Mbya que, por meio do Coletivo Tekoa Yakã Porã, transformam a luta por demarcação territorial em um modelo de sustentabilidade e protagonismo. O coletivo usa o conhecimento ancestral para desenvolver um futuro baseado na agroecologia, no turismo de base comunitária e na preservação ambiental. É um movimento que não apenas defende a cultura guarani, mas também promove a justiça social e climática, mostrando que o cuidado com a terra é inseparável da luta por direitos.

Com 47 membros, o coletivo atua em diversas frentes. A preservação do meio ambiente e das tradições é o pilar de seu trabalho, que se manifesta na agrofloresta comunitária. Por meio de mutirões (esforços coletivos), a aldeia realiza o manejo e o enriquecimento de seus cultivos, garantindo a produção de alimentos saudáveis.

O resultado é tão expressivo que a aldeia fornece parte de sua colheita para a merenda de escolas públicas de Ubatuba, fortalecendo a segurança alimentar da região e a relação com o entorno.

Além disso, o Turismo de Base Comunitária permite que os visitantes conheçam de perto a cultura e a sabedoria Guarani com total autonomia do território.

O apoio do FunBEA, por meio da Chamada Pública Justiça e Educação Climática, impulsionou a autonomia do coletivo com investimentos estratégicos. Na vizinha Aldeia Karai, foram instaladas placas solares, um passo significativo para a independência energética das comunidades. Para fortalecer a comunicação, os jovens do coletivo, que já atuam na linha de frente, receberam equipamentos fotográficos, uma ferramenta para documentar e compartilhar sua própria história e visão de mundo. O recurso também fortaleceu a produção de alimentos e o turismo comunitário, reforçando a economia local de forma sustentável.

O Coletivo Tekoa Yakã Porã é um exemplo vivo de como a sabedoria indígena pode ser uma resposta poderosa aos desafios globais. Ao unir a tradição da agroecologia com tecnologias modernas como a energia solar, e ao dar protagonismo a jovens e mulheres, o coletivo não apenas defende seu território e sua cultura, mas também oferece um modelo de resiliência e esperança para um futuro mais justo e conectado com a natureza.